Furos de Sondagem: Quantidade e Localização…

Em geral, para determinação do número de furos de sondagem a serem executados o profissional deve inicialmente definir o tipo de serviço a ser executado e correlacioná-lo as prescrições normativas ou instruções de procedimento publicadas nacionalmente.

Caso os serviços sejam relativos a fundações de edifícios, a norma NBR 8036:1983 – Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios, preconiza os diversos parâmetros a serem seguidos. Caso os serviços sejam relativos a estabilização de taludes e encostas, pode-se encontrar diretrizes normativas na norma NBR 11682:2009 – Estabilidade de encostas e caso os serviços sejam relativos da obras de infraestrutura em estradas e/ou loteamentos deve-se adotar as indicações da instrução IPR 726 – Diretrizes Básicas para Elaboração de estudos e Projetos Rodoviários, Escopos Básicos/Instruções de Serviço ou a ISF 207 – Instrução de Serviços Ferroviários: Estudos Geotécnicos, ambas do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.

Como resumo das prescrições pode-se adotar os seguintes critérios:

A) Para obras de fundações de edifícios:

Análise em função de A, sendo A a área de projeção da edificação em m².

  • Se A ? 1200m², deve-se executar 1 (um) furo para cada 200m².
  • Se 1200 < A ? 2400m², deve-se, além de 1 (um) furo para cada 200m², executar 1 (um) furo para cada 400m² que excedam os primeiros 1200m².
  • Se A > 2400m², deve-se estabelecer um plano específico conforme projeto ou análise do projetista.

De toda forma o número mínimo de furos nunca deverá ser menor que:

  • 2 (dois) furos para A < 200m².
  • 3 (três) furos para 200 < A < 400m².

Para os casos em que não houver ainda a possibilidade de análise da planta do edifício (e mensuração do valor de A), o número de sondagens deve ser fixado de forma que a distância máxima entre os furos seja de 100m, com um número mínimo de 3 (três) furos.

Em relação a locação dos furos, a norma preconiza que caso estejam disponíveis os projetos estruturais e as referidas plantas de carga dos pilares, as sondagens deverão ser executadas baseando-se na localização dos elementos com maior carregamento, caso os estudos geotécnicos sejam executados em fase preliminar, onde o projeto não está disponível, ou ainda em fase de estudo de viabilidade e/ou planejamento do empreendimento, os furos deverão ser distribuídos igualmente em toda a área do terreno. A norma ressalta ainda que quando o número de furos for superior a três, estes não deverão estar dispostos em um mesmo alinhamento.

Figura 1: Exemplo de distribuição dos furos de sondagem.

B) Para obras de contenção de encostas:

A seção 6 – Investigações geológico-geotécnicas da NBR 11682:2009, item 6.2.1 – Investigações de campos, métodos Diretos, estabelece um número mínio de 3 (três) furos de sondagem por seção projetada. A locação dos furos deve obedecer a um alinhamento definido ao longo da seção, de maneira a viabilizar a elaboração de um perfil estratigráfico, com distanciamento igualitário entres os furos sempre que possível.

C) Para obras de infraestrutura em estradas e/ou loteamentos:

Para obras de infraestrutura rodoviária ou ferroviária, deve-se basear a quantidade de sondagens a serem executadas na extensão do corte realizado para construção do empreendimento, segundo as instruções IPR 726 e IFS 207 do DNIT, pode-se resumir estas quantidades conforme a tabela abaixo:

Extensão do corteQtd mínima de furos
Até 120m1 (um) furo
de 120m a 200m2 (dois) furos
de 200m a 300m3 (três) furos
de 300m a 400m4 (quatro) furos
Acima de 400m1 (um) furo a cada 150m

Tabela 1: Quantidade de furos por extensão do projeto viário.

Eng. Dário Furtado
Engenheiro Civil UFJF – Analista de Sistemas CES/JF – M.Sc. Engenharia COPPE/UFRJ


Referências:
NBR 8036:1983 – Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
NBR 11682:2009 – Estabilidade de encostas, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
IPR 726 – Diretrizes Básicas para Elaboração de estudos e Projetos Rodoviários, Escopos Básicos/Instruções de Serviço, DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
ISF 207 – Instrução de Serviços Ferroviários: Estudos Geotécnicos, DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.

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