Negligência de uma campanha de investigação geotécnica – relato de caso

Guilherme Alan Souza Costa
Professor, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Toledo, Brasil, guilhermecosta@utfpr.edu.br

É apresentada uma análise de caso de investigações geotécnicas onde a importância da prospecção do subsolo foi menosprezada. Trata-se de um empreendimento de grande porte localizado no município de Macaé-RJ cujo episódio relatado se inicia após a contratação de uma prestadora de serviços de origem questionável. Avaliou-se o problema a partir de análise documental com apoio de relato de envolvidos no processo. O estudo dos diversos boletins de SPT identificou ora furos com características idênticas e ora furos relativamente próximos com camadas de solo completamente distintas. Além disto, camadas de aterro não foram identificadas bem como em alguns casos apontou-se existência de aterro em região de corte. As discrepâncias observadas levaram a contratação de campanha adicional com objetivo de obter uma interpretação confiável do subsolo local. Dado o nível do problema, contratou-se uma terceira empresa, idônea e reconhecida no mercado, para sanar as terminantemente as dúvidas. Em termos práticos estes fatos implicaram em custos extras relacionados a equipes ociosas, execução de estacas adicionais e revisão do projeto de fundações. Por fim, o cerne do problema consistiu no ímpeto de economizar na investigação do subsolo o equivalente a 0,31% do valor global da obra.



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Um comentário sobre “Negligência de uma campanha de investigação geotécnica – relato de caso

  1. É incrivel, mas esta é uma situação corriqueira de mercado. Embora o conhecimento do subsolo seja de fundamental importância para o bom andamento e a fonte principal de segurança econômica e executiva do projeto, as empresas continuam insistindo em economizar neste tipo de atividade. Poderia até justificar este tipo de atitude pois ela gera imprevistos e diretamente aditivos fazendo com que a empresa executora alavanque mais recursos através de aditivos, porém não acredito que esta seja uma prática muito honesta. Enfim mais uma vez que valha a Lei de Gerson ao inés da Ciência e boas práticas num mercado disputadíssimo, porém com traços fortes de notada incompetência.

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