Determinação da condutividade hidráulica com tecnologias Direct Push: vantagens e desvantagens

A caracterização hidrogeológica de uma área contaminada deve levar ao completo entendimento do fluxo hidrogeológico e do transporte dos conta minantes no local. O sucesso da remediação desta área depende da adequada compreensão das carac terísticas do meio físico e regimes de fluxo subter râneo. A determinação da condutividade hidráulica (K) do solo e da sua variabilidade no espaço é de suma importância, pois esta propriedade controla tanto o fluxo de água subterrânea como o transporte de massa do contaminante, bem como a magnitude de dispersão do mesmo (Paradis et al. 2014). Manuscrito: Recebido: 20/04/2017 Corrigido: 02/06/2017 Aceito:07/08/2017 Citation: Otero M.E., Abreu A.E.S. 2016. Determinação da condutividade hidráulica com tecnologias Direct Push: vantagens e desvantagens Terræ, 13(1-2):31-38. Keywords: Hydraulic Conductivity, CPTu, DPIL, HPT, slug test, tropical soils. Brasil é o slug test (Ferraz et al. 2015). Este ensaio permite a determinação direta de K e os resultados obtidos são confiáveis. Entretanto, tratam-se de valores médios para o intervalo onde está instalada a seção filtrante no poço de monitoramento, que, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2007), deve ser preferencialmente do tipo curto, com até 2 metros de comprimento. Estudos recentes na área ambiental têm mostrado que as pequenas heterogeneidades do meio geológico podem ser cruciais para o controle da distribuição de contaminantes (Köber et al. 2009, Lessoff et al. 2010, Paradis et al. 2014, McCall et al. 2014). A condutividade hidráulica pode ser definida como a facilidade com que água se movimenta em um meio. Esta facilidade de movimento é direta mente proporcional à quantidade e à dimensão ou abertura dos poros e fraturas interconectados no meio atravessado. Pode ser obtida em ensaios de laboratório e ensaios in situ, sendo estes últimos mais utilizados em projetos de remediação de con taminações que atingem a zona saturada. Dentre os ensaios in situ, o mais comum e con solidado para diagnóstico de áreas contaminadas no Os slug tests, da forma como têm sido execu tados no Brasil, não permitem identificar hete rogeneidades no meio. Por este motivo, há uma demanda crescente de novas tecnologias que permitam determinar a condutividade hidráulica de forma rápida e detalhada, possibilitando que se identifique a variabilidade espacial de K. Para tal fim destacam-se as tecnologias tipo direct push, as quais consistem na penetração contínua no terreno por cravação estática ou percussão de hastes ocas em cujas pontas podem ser acoplados diversos sen TERRÆ 13,2016 31 sores que permitem medir propriedades do meio e coletar amostras de solo, gás e água (Dietrich & Leven 2006). As ferramentas acopladas ao sistema direct push mais utilizadas para a determinação de K atualmente são o Piezocone (CPTu), o Direct Push Injection Logger (DPIL) e o Hydraulic Profiling Tool (HPT). A apresentação destas tecnologias é o objeto deste artigo, que está baseado em uma revisão bibliográfica sobre o assunto. Destacam-se as van tagens e desvantagens destas técnicas e as limitações de sua aplicação direta a casos brasileiros.

Malena D´elia Otero(1)(2)(3)Ana Elisa Silva de Abreu(1)(4)
1 – Aluna de Pós-Graduação (Especialização), Inst. Pesq. Tecnol. Est. São Paulo (IPT)
2 – Professora do Instituto de Geociências da UNICAMP
3 – E-mail: malena.delia.otero@gmail.com
4 – E-mail: anaelisa@ige.unicamp.br


 


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